A DIETA tem influencia no tratamento da ESCLEROSE MÚLTIPLA?

ダイエット

Dra Samira Apostolos Pereira – Dra em Neurociência pelo departamento de Neurologia do HCFMUSP, média do corpo clinico do Hospital Sírio Libanes.

Dr Edson Bor-Seng-Shu professor livre docente pelo departamento de neurologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP

Dr Marcelo De Lima Oliveira doutor pelo departamento de neurologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP

Neurologia é a área que cuida de todas as áreas do sistema nervoso. As doenças neurológicas podem ter instalação aguda, súbita ou instalação progressiva pode melhorar e piorar no decorrer do tempo. Estas doenças de instalação progressiva podem ter como causa doença inflamatória mediada pelo sistema imunológico, ou seja, as células do sistema imune do próprio indivíduo podem atacar o sistema nervoso. A neuroimunologia é a área da neurologia que estuda estas doenças e dessa forma permite diagnóstico e tratamento dessas doenças a ponto de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Esclerose múltipla é causada por uma inflamação por células imunológicas (linfócitos) que atacam o sistema nervoso desde os nervos ópticos, cerebro e medula espinhal e dessa forma podem causar várias formas de comprometimento neurológico como déficit visual, cognitivo, disestesias, paresia nos membros, etc. Este ataque do sistema nervoso pelos linfócitos provoca formação de várias placas no sistema nervoso. Esta placa foi descrita como placa de esclerose ou seja, placas de cicatriz, como são várias placas, denominou-se doença de “esclerose múltipla”. Ressaltando que esses doentes não vão ficar “esclerosados”. A doença ocorre mais em mulheres, brancas, especialmente europeus.
Os principais sintomas são perda de força nos membros, choques, dor no olho e turvação da visão, redução da velocidade do processamento da memória, transtornos psiquiátricos, urgência urinária, entre outros. São sintomas subjetivos que fazem com que o diagnóstico seja demorado. No Brasil em média leva-se 2 anos para fazer o diagnóstico, porém, há uma tendência de ser mais rápido. Por serem sintomas subjetivos o paciente passa por várias consultas em especialistas diferentes antes do diagnóstico, portanto, todos os especialistas devem ter noção dos sintomas da esclerose múltipla.

O exame físico do neurologista é fundamental para o diagnóstico e perceber os sinais neurológicos que podem ser sutis. Na presença de sintomas e alterações do exame neurológico a Ressonância Magnética do neuroeixo onde são vistas alterações na substancia branca que podem estar localizadas em diversas partes do sistema nervoso. O liquor é importante para pesquisa de marcadores específicos que podem apontar e quantificar essa inflamação no sistema nervoso central. Em torno de 70% dos pacientes no Brasil apresentam a banda oligoclonal no liquor. Portanto a história, exame físico e exames complementares serão importantes para diagnóstico, estratificação e acompanhamento da doença.

As placas podem ser localizadas da Ressonância sem sintomas do paciente, cuja o nome é síndrome radiológica isolada onde não há necessidade de tratamento, mas o segmento do paciente é muito importante.

Em torno de 80% dos pacientes de esclerose múltipla remitente recorrente, ou seja, tem sintomas com remissão espontânea que pode ser parcial ou total. Alguns pacientes tem forma progressiva da doença sem remissão. O acompanhamento do paciente depende da clinica e da imagem e deve ser feito a cada 6 meses e comparação com os achados anteriores a fim de verificar a melhora com medicação.

A primeira medida do tratamento é a medicina do estilo de vida, ou seja, ter a vida saudável com bons hábitos de vida, exercício físico e alimentação adequada. A atividade física diminui até 20% a taxa de surtos da doença. O manejo do stress também é muito importante. Importante ressaltar que depressão e transtorno bipolar é mais frequente nos pacientes com esclerose múltipla. A dieta ultraprocessada também piora os surtos da doença, assim como o tabagismo. Diabetes aumenta o risco de início da doença como a tia de surtos; dislipidemia aumenta o número de surtos. O sono inadequado pode estar associado como preditor da ocorrência de sintomas.

A dieta mediterrânea pode diminuir a taxa de surtos. A obesidade é um fator de risco maior da doença. A fisioterapia para recuperação de déficits instalados é muito importante para recuperação funcional.

A espiritualidade pode ter relação com diminuição do número de surtos, assim como gestão de fatores de stress.

Pacientes podem ter gestação normal desde que esteja tratada corretamente. O planejamento da gestação deve ser feito com o neurologista para manuseio das medicações. Importante ressaltar que a esclerose múltipla não reduz a fertilidade.

A medicação é muito importante no tratamento, porém, acompanhamento com neurologista deve ser feito e jamais a medição pode ser interrompida por conta e abruptamente com risco de aumentar o número e a intensidade de surtos.

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